terça-feira, 11 de agosto de 2009

Solidão Noturna

Achava-me no que parecia ser o impossível zero absoluto. O clima ia, ao contrário do meu corpo relativamente quente, sendo cada vez mais agonizante. Depois de horas acordado, aquela imensidão negra foi sendo preenchida aos poucos. A noite enfim chegou ao seu luminoso fim, raios de claridade quebram o conforto do escuro, meu único amigo nessas longas horas acordado. Os pássaros cantam como se fossem os únicos seres acordados, nos primeiros minutos em que a luz natural se faz presente, no de praxe mar de roncos e sonhos. Comecei a diagnosticar o meu problema e o deles: a falta de companhia nas longas noites frias. Serão esses cantos, desesperados pedidos de socorro por alguma companhia? Comecei a perceber que as horas de sono realmente me fizeram falta, ao começar a vê-los, não mais como inoportunos cantos agudos ao raiar de mais uma manhã. Mas sim, solitários seres, que raiam juntos ao dia. 19/07/2009 06h53min AM.